A confirmação de duas mortes pelo vírus H1N1 no Estado se somou à divulgação, ontem, do comunicado de que haveria quatro casos suspeitos da doença no Colégio Marista Santa Maria, e o clima que já era de apreensão se transformou rapidamente em uma corrida às clínicas de vacinação de Santa Maria.
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A escola divulgou nota, na manhã desta segunda-feira, informando que há a suspeita de que três alunos e uma professora estejam infectados. Já a Vigilância em Saúde de Santa Maria afirma que não há casos suspeitos de gripe A na cidade. A campanha de imunização do Ministério da Saúde, inicialmente programada para 30 de abril, deverá ser antecipada em cinco dias.
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Os especialistas se apressaram para tranquilizar a população e garantir que não há motivo para tanto temor. O infectologista Fábio Lopes Pedro afirma que a apreensão é por conta de mais casos de morte registrados em outros Estados, como São Paulo:
Não há aumento do número de casos de infecção em relação a anos anteriores, não mudou absolutamente nada. Há um aumento do caso de óbitos, que devem ser causados pela demora na busca de atendimento. Mas o vírus nunca deixou de aparecer.
Glenda Buchfink, 33 anos, mãe de Eduardo, aluno do Marista, disse que ficou sabendo sobre os casos suspeitos por outras mães no sábado. Elas decidiram, então, não mandar os filhos para a escola nos próximos sete dias.
Decidimos trazê-los para tomar a vacina e não levá-los à escola, pelo menos por enquanto. A maioria não vai levar nem hoje nem amanhã disse a mãe.
Momento é de prevenção
O infectologista Fábio Lopes Pedro afirma que não são necessárias medidas tão extremas:
Não é necessário interromper as aulas e muito menos deixar de levar os filhos à escola. Deixá-los em casa pode ser até pior, a não ser que eles estejam doentes, aí, o melhor mesmo é ficar em repouso. É preciso lavar as mãos com mais frequência, já que é o principal meio de contrair o vírus explica.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, desaconselhou a corrida às clínicas a quem não está no grupo de risco.
É até contraindicado. As pessoas estão indo a locais onde os doentes estarão e, assim, vão aumentar a circulação (do vírus).
Grupo de pais decide não levar filhos à escola
Com as informações dos dois casos de morte na Capital e com as suspeitas em Santa Maria, houve grande procura por vacinas em clínicas privadas da cidade ontem. Desde as 8h, havia filas na frente da Multivacin formada, em sua maioria, por pais e alunos do Colégio Marista. Foram distribuídas 200 fichas pela manhã e mais 200 à tarde.
Quem não conseguiu lugar pela manhã ficou aguardando para garantir a vacina à tarde, como a professora Manuela Sávio, que chegou por volta das 10h e conseguiu ser atendida pouco depois das 14h. Ela levou a filha Eduarda e a amiga dela, Valentina, de 4 ano"